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2012 - Livro Vermelho 2013

Trithrinax brasiliensis Mart. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-06-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Trithrinax brasliensis apresenta distribuição geográfica relativa ampla, estando presente em praticamente toda a região Sul do Brasil. Suspeita-se que a espécie seja frequente em sua região de ocorrência. No entanto, os habitats da espécie ou encontram-se bastante degradados pela ação humana, como é o caso das florestas com Araucária, ou vem sendo rapidamente modificados e carecem de áreas protegidas, como é o caso dos campos do Pampa. Devido a isso, é possível suspeitar que a espécie venha a ser ameaçada no futuro.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Trithrinax brasiliensis Mart.;

Família: Arecaceae

Sinônimos:

  • > Thrinax brasiliensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita na obra Hist. Nat. Palm. 2: 150. 1837. Conhecida popularmente como "buriti", "buriti-palito", "carandaí", "carandá" (Lorenzi et al., 2010).

Potêncial valor econômico

Chapéus manufaturados a partir de folhas da espécie são vendidos a cerca de R$ 42,00 a dúzia no supermercado e entre R$ 8,00 e R$ 12,00 para a vizinhança no município de Irati, Paraná.

Dados populacionais

Zocche et al. (2007) contabilizaram 255 indivíduos da espécie em um censo realizado na falésia do Balneário Morro dos Conventos, em Araranguá, Santa Catarina. Os autores ainda afirmam que o número total de indivíduos pode ter sido subestimado pelo fato de que, nas encostas da falésia ocorrem diversos indivíduos que podem não ter sido avistados.Campi et al. (2007) conduziram estudo genética com material proveniente de 50 indivíduos de duas subpopulações da área de Aproveitamento Hidroelétrico da Barra Grande, separadas por cinco quilômetros. No entanto, os resultados apontaram a ocorrência de fluxo gênico entre os indivíduos das duas populações, indicando na ser uma única subpopulação remanescente.Sühs; Putzke (2010) comentam a ocorrência de uma população em Boqueirão do Leão, com indivíduos em duas localidades distantes 1 Km entre si.

Distribuição

No Brasil a espécie ocorre na Mata Atlântica e Pampa, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Leitman et al., 2012). Endêmica do sul, exclusiva do planalto meridional, ocorre em baixa frequência de forma isolada ou formando grupos pequenos em altitudes superiores a 500 m (Zocche et al., 2007).

Ecologia

Palmeira de estipe simples, ou raramente entouceirada, heliófita, higrófila e tolerante a salinidade marítima (Zocche et al., 2007), hermafrodita (Pereira et al., 2011), atingindo entre 8-12 m de altura, de floresta secundária tardia. Com floração entre setembro e novembro e frutificação entre dezembro e fevereiro (Lopes; Gonçalves, 2006), com germinação em até 30 dias, mas de crescimento lento (Lorenzi et al., 2010). Sühs; Putzke (2010) comentam que a espécie é resistente ao fogo e Lorenzi et al. (2010) comentam que a espécie é tolera secas e geadas fortes.

Ameaças

9.2 Poor recruitment/reproduction/regeneration
Detalhes A regeneração é muito pobre e o crescimento é lento (Biodiversitas, 2005).

3 Harvesting (hunting/gathering)
Detalhes Sementes da espécie são coletadas para produção de mudas comerciais (floricultura) e indivíduos jovens são extraídos para exportação (Biodiversitas, 2005).

7.7 Other
Detalhes Segundo Zocche et al. (2007), a menor concentração de indivíduos nas classes de altura mais elevadas, em seu estudo, é atribuída a mortalidade de indivíduos com altura superior a oito metro em função do tombamento causado pelo vento intenso, já que o solo é raso e sobre lageados, não permitindo boa fixação das raízes.

1.1.4 Livestock
Detalhes Quanto ao recrutamento, Zocche et al. (2007) afirmam que havia um número muito reduzido de indivíduos com altura entre 0,2 e 1,0 m, restritos aos degraus nos paredões, o que pode ser resultado da presença do gado junto a falésia por mais de 40 anos.

12 Unknown
Detalhes Na avaliação realizada pela IUCN 1998, consta que as subpopulações da Estado do Paraná estão sob ameaça considerável, e que não se tinha informações sobre as subpopulações do Estado do Rio Grande do Sul (IUCN, 2011).

10.6 Other
Detalhes Segundo Lorenzi et al. (2010) a espécie é rara e ameaçada pelo pastoreio e pelo fogo.

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Deficiente de Dados" (DD) na avaliação realizada pela IUCN em 1998 (IUCN, 2011).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada "Deficiente de Dados" (DD) na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995) e "Em Perigo" (EN) na Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

5.7.1 Captive breeding/Artificial propagation
Situação: on going
Observações: A espécie é cultivada no Jardim Botânico Plantarum (Instituto Plantarum, 2011).

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Segundo Leitman (com. pess.), existem três indivíduos da espécie em cultivo no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Usos

Referências

- NOBLICK, L. IUCN Red List of Threatened Species. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: 13 de Abril de 2012.

- LEITMAN, P.; HENDERSON, A.; NOBLICK, L. ET AL. Arecaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/>. Acesso em: 13 março 2012.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- INSTITUTO PLANTARUM. Acervo Vivo: Jardim Botânico Plantarum. Disponivel em: <http://www.plantarum.org.br/jardim-botanico>. Acesso em: 13 de Março de 2012.

- ZOCCHE, J. J.; DANIEL, R. B.; COSTA, S. ET AL. Estrutura Populacional de Trithrinax brasiliensis Martiu (Arecaceae) na Falésia do Morro dos Conventos, Araranguá, SC, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 1, p. 792-794, 2007.

- CIAMPI, A. Y.; SUJII. P. S.; ALEGRIA, M. R. M. E. Análise Genética em Populações de Trithrinax brasiliensis Mart. Utilizando Marcadores Moleculares RAPD. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 1, p. 558-560, 2007.

- PEREIRA, H.; PERRET, L. A.; COELHO, T. A. V. ET AL. Práticas de Uso e Manejo do Buriti-palito (Trithrinax brasiliensis) no Município de Irati, Centro Sul do Paraná. , 2011.

- SÜHS, R. B.; PUTZKE, J. Nota Sobre a Ocorrência de uma População de Trithrinax brasiliensis Martius (Arecaceae) no Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica, n. 61, 2010.

- BAUERMANN, S. G.; EVALDT, A. C. P.; ZANCHIN, J. R. ET AL. Diferenciação Polínica de Butia, Euterpe, Geonoma, Syagrus e Thritrinax e Implicações Paleoecológicas de Arecaceae para o Rio Grande do Sul. Iheringia, v. 65, n. 1, p. 35-46, 2010.

- GRINGS, M.; BRACK, P. Árvores na Vegetação Nativa de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul. Iheringia, v. 64, n. 1, p. 5-22, 2009.

- ERNESTINO DE SOUZA GOMES GUARINO. Modelando Ocorrência e Abundância de Espécies Arbóreas no Entorno de uma Usina Hidroelétrica no Sul do Brail. Tese de Doutorado. Porto Alegre, RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.

- LOPES, S. B.; GONÇALVES, L. Elementos para Aplicação Prática das Árvores Nativas do Sul do Brasil na Conservação da Biodiversidade. , v. 1, p. 18, 2006.

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- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

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Como citar

CNCFlora. Trithrinax brasiliensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Trithrinax brasiliensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/06/2012 - 12:50:09